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Coluna Política Sem Censura-Fala, Caro Gonçalves: Por que 6,85 e não 3,33??- David Nogueira

  

“Imensamente distante da felicidade!!!!” Essa é a expressão a ser usada, caso eu queira evitar palavras impróprias e cabeludas neste espaço singelo onde almas pueris pousam semanalmente os olhos. Embora, cá entre nós, um sonoro palavrão arretado definiria melhor o estado de espírito deste tupiniquim após sair (mais uma vez) das dependências desgastadas do Supermercado, na Rua Guanabara, perto da Av Amazonas, em Porto Velho. Essa rede, com irmãos, primos e sobrinhos, tem por hábito a prática de preços abusivos… em alguns casos, beira a pura extorsão. Gasta-se um dinheiro imenso em atrativas propagandas enganosas para, sem piedade cristã, budista, muçulmana, muito menos judia… enfiar a mão nos bolsos alheios.

 

2.              Aconteceu antes

Rememorando meus inúteis escritos, reli um artigo publicado em janeiro do ano passado sobre este tema. Nele, de forma despretensiosa, fez-se uma pesquisa de preços com 14 itens básicos e de primeira linha, em quatro supermercados da cidade. Gonçalves, Araújo, Atacadão e Canadá foram os escolhidos por uma questão de logística geográfica. Naquele momento, as diferenças entre os mercados era absurda. Em alguns casos, constatou-se variação, de produto não perecível, de 75,86% no custo. Não há como desconsiderar que o Brasil, embora alguns pareçam desconhecer, vive em estabilidade econômica, com inflação média anual inferior a 7%.

 

3.              Ninguém fala nada

Na época da pesquisa, dos 14 produtos pesquisados, essa rede detinha o recorde em extorsão deslavada. Nada menos de sete dos mais caros (entre eles o de maior diferença) lá estavam descansando nas ingênuas e dóceis prateleiras da Rede, à espera dos trouxas, como eu, passarem e jogarem-nos para dentro do lubrificado carrinho. Isso não quer dizer ser a nossa capital possuidora de apenas um só vilão nesse quesito. Pelo contrário, se enfiar a mão no bolso do consumidor for caminho certo para se chegar ao inferno, os proprietários de supermercado destas chuvosas bandas, de antemão, já possuem passagem garantida para hospedagem permanente com o capeta e seus afilhados chifrudos.

 

4.              O burro consumidor se descobriu

Admito ser um cara meio distraído e, por vezes, sou despertado para a realidade de forma cruel. Tinha comprado um esperançoso abacaxi nesse dito supermercado da Rua Guanabara. Por obra do ingrato destino, passei na Dona Enile, na calçada da Jorge Teixeira com Sete de Setembro, para levar um pouco de milho verde. Eis que, para surpresa, espanto e dor de bolso, lá estavam outros abacaxis verdinhos, bonitos, quase sorrindo em minha direção. Ousei perguntar o preço… não deveria ter feito tal coisa. Fui invadido pelo espírito do asno andante. Senti minhas orelhas crescerem e meu focinho se alongar tal qual um parvo “Equus africanus asinus”… O famigerado supermercado cobrou, em um só abacaxi, R$6,85… A senhorinha da calçada estava vendendo um abacaxi mais bonito e simpático, por R$3,33 cada um…

 

5.              “É um barato!”… ser engando!!

Estamos falando de uma diferença de preço a maior, em um só produto, na ordem de 105,70%.  Há que considerar ser o supermercado possuidor de poder de compra e transporte diferenciado frente ao produtor rural. É um comércio que administra ganho de escala infinitamente superior ao da batalhadora senhora da Jorge Teixeira. Levando em conta o necessário lucro devido à nossa comerciante da calçada, mesmo vendendo 105,70% mais barato, devemos constatar ser o lucro do supermercado algo absurdo, dentro de uma economia estável. Reside, tal lucro, vergonhosamente, em patamar além do nível aceitável até para comprador em estado etílico avançado. De forma bem desagradável, senti-me no papel de leleco, trouxa, otário… enganado pelas entusiasmadas propagandas semanais. No entanto, tenho a incômoda impressão de que essa realidade não habita apenas nossa pitoresca cidade!

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