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Depressão influencia na imunidade

Marcelo Chaves

marcelochaves@jornaldebrasilia.com.br

Desânimo, fadiga, tristeza, clausura, sonolência. Estes são alguns sintomas de um mal que vem atingindo boa parte da população mundial: a depressão. Pesquisas recentes vêm reforçando a relação entre a depressão e desajustes no sistema imunológico.

De acordo com essa linha de estudos, a depressão poderia ser desencadeada pelos mesmos mecanismos que permitem ao organismo responder a infecções. Especialistas ao redor do mundo têm direcionado esforços para entender como um processo inflamatório poderia contribuir para o surgimento e a manutenção desta doença.

Na depressão ocorre a ativação das respostas imunoinflamatórias. Ou seja, os pacientes podem apresentar, por exemplo, leucocitose (aumento no número de glóbulos brancos), elevação de PCR (proteína C-reativa produzida no fígado, que indica inflamação no corpo), e redução do número de linfócitos. Esses sintomas são semelhantes aos manifestados por pessoas com patologias físicas crônicas, como doenças cardíacas e diabetes.

“Pacientes com depressão apresentam um aumento da concentração sanguínea de marcadores inflamatórios, mesmo estando ausente uma doença física”, explica o médico Kalil Duailibi, presidente do Departamento de Psiquiatria da Associação Paulista de Medicina (APM) e professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Santo Amaro (Unisa).

O aumento dos níveis de IL-6 no sistema nervoso central estimula a produção de CRH (hormônio liberador de corticotrofina), promovendo alterações comportamentais. O CRH, por sua vez, está envolvido na liberação de citocinas pró-inflamatórias. Em deprimidos, haveria um aumento de concentrações dessas citocinas, levando a uma redução na disponibilidade de serotonina, associada ao humor.

Agora, o desafio é estabelecer se o estado depressivo é causa ou resultado do processo inflamatório. “Tanto os doentes crônicos ficam mais deprimidos como os indivíduos deprimidos tendem a ser mais propensos a doenças infecciosas”, diz Duailibi.

Sintomas parecidos

Um exemplo de como a depressão pode ser entendida como uma manifestação de uma síndrome inflamatória crônica é o comportamento de pacientes que apresentam doenças infecciosas como a gripe. Não raro, os indivíduos demonstram sinais de letargia e humor depressivo. A eliminação das citocinas pró-inflamatórias deve ser considerada, portanto, no manejo e na recuperação de um quadro depressivo. Neste sentido, alguns antidepressivos aumentam a produção de citocina anti-inflamatórias e inibem a de pró-inflamatórias.

Um exemplo de terapia para depressão é a Pristiq, que age como inibidor de recaptação de noradrenalina (NE) e serotonina (5HT), substâncias relacionadas ao mecanismo da depressão.

A psicoterapia aliada a antidepressivos são armas para recuperar a funcionalidade do paciente, restaurando sua capacidade plena de atuação, como retornar ao trabalho, reassumir hobbies ou resgatar relacionamentos pessoais. Isto refletirá na melhoria da qualidade de vida.

Como funciona

A depressão engloba desde deficiência no nível de alguns neutransmissores – seratonina, noradrenalina e dopamina – à alteração em níveis hormonais.

Com menos mensageiros, a comunicação entre neurônios fica prejudicada e também a regulação das funções desses neurônios. A partir daí, o corpo e a mente começam a padecer.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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