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Quase nada me incomoda

Objetivo do poeta é, entre outras coisas, investigar o todo, e não se ater a minúcias, em formas ou gestos, ou em atitudes individuais. O Poeta deve analisar, com rigor criterioso, todas as paixões, costumes e modo de vida, conhecer profundamente a natureza dos homens, de suas paixões e coisas. O poeta não deve cativar nem se encantar com aplausos dos seus contemporâneos, mas deve sempre confiar na justiça do porvir.

O poeta deve pesquisar a fundo, com vigor e caráter intelectual, as paixões, motivações e os transtornos mentais dos artistas, geniais e medíocres, e se aprofundar com empatia na miséria e na felicidade dos seus pares, conhecer e dominar com maestria o espírito cultural do seu tempo, depois deve superá-lo.

Poeta deve ser livre de preconceitos, ideológicos, social e religioso. Poeta não entra em disputas partidárias, contudo, deve escrever sua poesia com objetivo nobre e eterno de ser, para o futuro, legislador e juiz da humanidade.

O que for eterno sobrevive independente do querer atual, do seu autor ou de bajuladores solidários.

Ultimamente, pouca coisa tem me incomodado…. Penso, hoje, que quem se incomoda, não raro, nada pode mudar, só sofre a inutilidade de nada poder fazer a respeito.

As coisas vão continuar como estão, todavia, se tivermos sorte piorarão…

As pessoas inocentes deste vasto mundo, e estas sempre são a maioria dos mortais, pensam que a sua indignação com a realidade do mundo, com as ações de homens miseráveis ou importantes tem alguma importância no desenrolar da história.

Sou pessimista, claro, sou poeta, e há muito perdi a esperança nos homens e no mundo que eles representam, mundo que eles debilmente tentam reinventar a cada década de decadência e brutalidade sem objetivo ou razão.

Não me incomoda o preço do pão, da farinha, ou o salário mínimo do empregado escravizado, desde que se descobriu o capitalismo tribal. Não me incomoda a forma de governo em voga, se é democracia figurativa e simbólica ou ditadura militar, democraticamente implantada pelo voto, comprado a preço de ovo de galinha e tomate estragado, pelas grandes multinacionais.

Sou niilista, penso que sou, na verdade não tenho partido nem cor definidos, sou avesso à religiões, que não raro são piores que partidos políticos, ambos exploradores da fé e da confiança do povo.

Contudo, existe uma máxima, um dito popular, “que o povo tem o que merece”, não concordo com isto, detesto frases feitas desta natureza.

A natureza do homem é definida sem a sua aprovação prévia, as pessoas nascem com o seu cabedal de estupidez ou de inteligência e bom senso, tudo já vem escrito, predefinido no DNA.

Neste respeito, a minha natureza me conduz a este pensamento incomum, não acredito no homem, nem na sua boa vontade, quando esta vem acompanhada de uma vontade voraz e desesperada, de que a mesma seja aceita como regra ou norma de moral…

 

Penso que devo concluir dizendo, que há sim alguma coisa que me incomoda desesperadamente, é o fato de eu ter este ponto de vista tão realista sobre as pessoas e sobre o mundo que elas inventam, e tentam nos vender como um mundo ideal….

Evan do Carmo

Evan do Carmo, Nascido na Paraíba em (29/04/64) é poeta, escritor, romancista, jornalista, músico, filósofo e crítico literário. Fundou e dirigiu o jornal Fakos Universitário. Criou em 2009 a revista Leitura e Crítica. Tem 22 livros publicados, sua obra está disponível em 12 países, (um livro editado em inglês. (O Moralista) Entre outros estão: O Fel e o Mel, Heresia poética, Elogio à Loucura de Nietzsche, Licença Poética, Labirinto Emocional, Presunção, O Cadafalso, Dente de Aço, Alma Mediana, e Língua de Fogo. Participou também com muitos contos em antologias. Foi um dos vencedores do concurso Machado de Assis do SESC DF de 2005. Em 2007 foi jurado na categoria contos do concurso Gente de Talento 2007 promovido pela Caixa Econômica Federal, ao lado de Marcelino Freire. Em 2012 criou e editou até 2015, os Jornais: Correio Brasília, Jornal de Vicente Pires, Jornal de Taguatinga e o Jornal do Gama. Evan do Carmo é estudioso da obra de José Saramago, em 2015 publicou o livro Ensaio Sobre a Loucura, e o livro Reflexões de Saramago, momentos antes de sua morte, o livro nos oferece um panorama perfeito na voz do próprio Saramago em forma de ficção ensaísta, sobre a obra do Nobel Português. Em 2016 criou a Editora do Carmo e o projeto Dez Poetas e Eu, onde já publicou 100 poetas, e o livro Um Brinde à Poesia, uma obra de coautoria com outros poetas contemporâneos.

Palestras e oficinas literárias (61) 981188607

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