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Resenha Política- Robson Oliveira

Retorno
Depois de bons longos dias longe do batente retornamos com o mesmo vigor de sempre para atualizar a coluna e antecipar fatos. Com o primeiro contato feito nas coxias do poder já podemos anunciar um começo de ano com solavancos. Mas os assuntos mais complexos ficam para as próximas colunas, após uma apuração mais cuidadosa. É possível adiantar que muita gente vai dançar no embalo momesco.
Grampo

Em geral não é comum uma autoridade dar uma ordem ilegal e imoral publicamente. Na literatura política há registros de ordens dessa natureza reservadamente, mas o governador Confúcio Moura decidiu escrachar de vez e determinou ao Secretário de Segurança Pública para grampear todos os auxiliares de primeiro escalão, inclusive ele. Em particular, Moura se ressente ainda das operações policiais que sacudiram as entranhas do Executivo Estadual no último mês do ano. Foi um final de primeiro mandato melancólico, apesar do feito da reeleição depois de quatro anos de uma administração medíocre e escondendo problemas que o eleitor soube somente após a abertura das urnas. É uma ordem para não ser cumprida por ser descaradamente criminosa. Embora ano passado o Ministério Público Estadual tenha suspeitado que o governo andasse grampeando ao arrepio da lei e anunciou que pediria uma devassa no ‘Guardião’, engenhoca utilizada nos grampos feitos pelo Governo de Rondônia.

Sinecura
É somente aparente a traquilidade para a escolha dos membros da próxima mesa diretora da Assembleia Legislativa de Rondônia. Maurão de Carvalho – um parlamentar limitado e conhecido pelas ligações umbilicais com os ex-presidentes – é hoje o mais cotado para a presidência. Além de contar com as bençãos palacianas, articula nas coxias governamentais para a nomeação do deputado Lebrão para o cobiçado cargo de Diretor do Departamento de Estradas e Rodagens (DER). Nos bastidores é possível perceber como causa tanto furor uma vaga na mesa e tanta expertise na montagem da chapa.

Falácia

Não será surpresa a nomeação de Lebrão no Departamento de Estradas e Rodagens de Rondônia, apesar do governador ter declarado mês passado, após as operações policiais que sacudiram o governo, que reavaliaria todos os nomes de livre nomeação e indicaria pessoas com qualificação para a governança. Assim como na formação do primeiro governo tudo não passou de falácia.

Ganância
Na hipótese de ceder à pressão dos parlamentares para nomear o deputado estadual Lebrão, Confúcio Moura estará repetindo os erros anteriores quando loteou a administração estadual aos partidos da base de apoio. Logo depois, deu um pé nas partes anatômicas traseiras dos petistas que assumiram na época as pastas de Agricultura, Emater e Idaron e conseguiram desagradar a todos os segmentos ligados à área produtiva.

Verbas
Mesmo com os contratos sob investigação dos órgãos de controle, o DER sempre suscitou a ganância política dos partidos da base governamental. O órgão é responsável pelas principais obras estruturantes em andamento no estado e possui um orçamento capaz de atiçar a cobiça dos mais espertos. Ninguém assume as funções de dirigente por acaso: ou é homem de estrita confiança do governador ou é capacho dos homens que emparedam ou querem emparedar o governo. Lebrão assumindo ao cargo vai conseguir atrair a atenção de todos, em particular dos órgãos de controle.
Capacidade
A coluna não tem como aferir as habilidades técnicas de Lebrão para o cargo de Diretor Geral do DER porque não consta no curriculum disponível pelo site da ALE qualificação na área de engenharia, mas pode intuir pelo anedotário popular da capacidade que o lebre possui para se multiplicar.  Além de ser um eficiente roedor.
Malfeitos
Duas obras sob a responsabilidade do DER , Espaço Alternativo e Rua da Beira, estão sendo investigadas e podem provocar problemas irremediáveis aos responsáveis. Ambas andam a passos de tartaruga e estão com o cronograma de execução atrasadas. A primeira enrolou os principais colaboradores de Confúcio Moura em malfeitos e a segunda, inacabada, caminha para o mesmo fim. Há uma clara incompetência no âmbito governamental na execução dos projetos. O problema não é a escassez apenas de engenheiros, mas o excesso de sabichões.
Prepotente
Os sindicatos estão bem representados no governo pelo ex-eterno sindicalista e agora vice-governador, Daniel Pereira, para que as principais demandas das categorias do servidores públicos estaduais sejam atendidas. Dizem que ele teria avisado ao governador que não aceita a posição de figurante na administração estadual, embora tenha criado mais problema na campanha do que contribuído para a eleição. Aliás, um dos processos mais complicados que vai à pauta do Tribunal Regional Eleitoral, com pedido de cassação da chapa PMDB e PSB, decorre de abuso de poder político provocado por Daniel Pereira na campanha eleitoral. Figura extremamente vaidosa e prepotente não se conformará em coadjuvar o titular no Governo.
Cortes
Como nos demais estados, em Rondônia os cortes nos gastos estaduais vão ocorrer para evitar que o caixa entre em pane e consiga cumprir com as despesas governamentais. O que intrigou no anúncio feito pelo governador foi o recolhimento de parte da frota de veículos, pois a tesoura não alcançou o palácio. Quem passa na frente do prédio do Palácio Vargas verifica pessoalmente a quantidade de caminhonetas pretas à disposição da segurança do próprio governador. São quatro potentes e luxuosos carros para acompanhar o trajeto do governador todas as vezes que está em deslocamento na capital e interior. Um luxo desnecessário, visto que a população não desfruta sequer de um policiamento preventivo. Em relação aos cortes com diárias, há controvérsias ainda maiores. Mas fica para uma outra coluna.
Empulhação
Mais um ano que entrou e mais uma empulhação política anunciando a transposição dos servidores públicos estaduais para os quadro da União. Mentira. O Governo Federal já demonstrou claramente que não vai permitir que sejam transpostos para os quadros federais o número de servidores que andam anunciando os sindicatos. Há uma má vontade política do governo federal em resolver o problema. Não o fez antes das eleições, imaginem agora com os tempos bicudos e o governo anunciando cortes em gastos correntes. Não há outra alternativa senão o ajuizamento de ações requerendo o que é de direito. Formar comissões e reunir bancadas não passa de empulhação.
Memória
É com grata satisfação que registro a reação de pessoas que amam a capital ao lutar na justiça para impedir que um patrimônio histórico como o Cine Resk seja descaracterizado para virar mais um templo de pregações. Nada contra as religiões, mas a memória da cidade não pode ser solapada sob nenhuma justificativa. Ademais, como nossas autoridades são incapazes de zelar pelo patrimônio histórico, ainda há quem faça que zelem nem que seja sob vara. A exemplo da EFMM.
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