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Zika vírus circula em Rondônia e pode causar incidência de microcefalia no Estado

BRASÍLIA – Em 2015, até o dia 21 de novembro, foram registrados 520 casos de microcefalia em 160 municípios de nove estados do país. Pela primeira vez, há o registro de uma ocorrência fora do Nordeste. Houve a notificação de um bebê com microcefalia em Goiás. Ainda assim, está abaixo do registrado no ano passado, quando o estado teve três casos. Os números foram divulgados nesta terça-feira pelo Ministério da Saúde.

No boletim anterior, liberado há sete dias, o número de casos estava em 399, distribuídos por sete estados. A microcefalia é uma malformação em que os bebês nascem com a cabeça menor que o normal e que, em 90% dos casos, leva ao retardo mental. Em 2014, foram 147 em todo o país.

A epidemia de microcefalia atinge principalmente o Nordeste. Pernambuco é o estado com mais casos registrados: 268. Em seguida vêm Paraíba (96), Sergipe (54), Rio Grande do Norte (47), Piauí (27), Alagoas (10), Ceará (9) e Bahia (8) e Goiás (1). Foi também notificado um óbito suspeito no Rio Grande do Norte.

O principal suspeito pelo aumento do número de casos é o zika vírus, que causa uma doença parecida com a dengue, mas com sintomas mais brandos. Até agora, foi confirmado que o vírus circula em 18 estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, São Paulo e Tocantins.

Nesta terça-feira, o Ministério da Saúde também divulgou o resultado do Levantamento Rápido de Índice Aedes Aegypti (LIRAa). Segundo o LIRAa, 199 municípios brasileiros estão em situação de risco de surto para as três doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti: dengue, chikungunya e zika. Em 2015, até o dia 14 de novembro, já foram registrados 1,53 milhão de prováveis casos de dengue, um aumento de 176% (quase o triplo) em relação ao mesmo período de 2014, quando houve 555 mil casos. Também houve 17.146 casos suspeitos de chikungunya, dos quais 6.726 foram confirmados. Em 2014, foram 3.657 casos suspeitos.

O Ministério da Saúde voltou a destacar que, apesar dos indícios, ainda não está provada a ligação entre o zika vírus e a microcefalia. Assim, continua a orientar as grávidas a fazer o pré-natal e realizar os exames recomendados pelo médico, além de não consumir bebidas alcoólicas, drogas ou medicamentos sem orientação médica. Recomenda ainda a evitar contato com pessoas com febres ou infecções.

Também orienta a tomar medias que possam reduzir a presença do mosquito, como a eliminação de criadouros. O inseto se reproduz onde há água parada e limpa. Outra medida recomendada é usar telas nas janelas e portas, para evitar a entrada do mosquito em casa. Orienta ainda que as gestantes usem calça e camisa de manga comprido, além de repelentes permitidos para gestantes.

— Estamos com um problemão para resolver. Terá que ser uma ação conjunta de todos e principalmente da sociedade — afirmou o ministro da Saúde, Marcelo Castro.

Segundo a pasta, o Piso Fixo de Vigilância e Promoção da Saúde, que é usado no custeio de todas as ações de vigilância em saúde, inclusive da dengue, conta com R$ 1,25 bilhão em 2015. O ministério informou ainda que está distribuindo aos estados e municípios insumos estratégicos, como inseticidas e kits de diagnósticos. Também está elaborando e revisando materiais técnicos para orientar estados e municípios a respeito das três doenças.

O LIRAa foi feito em 1.792 cidades, das quais 199 estão em situação de risco de surto para dengue. Nesses locais, mais de 4% das casas visitadas continham larvas do mosquito. Outros 665 municípios tiveram entre 1% e 3,9% dos imóveis com focos do Aedes aegypti e, por isso, estão em alerta. As outras 928 estão em situação satisfatória.

Das 18 capitais pesquisas, apenas Rio Branco está em situação de risco de surto. Sete estão em alerta: Rio de Janeiro, Recife, Belém São Luís, Cuiabá, Porto Velho e Aracaju. Nove capitais não enviaram resultados: Macapá, Manaus, Maceió, Natal, Salvador, Vitória, Goiânia, Florianópolis e Porto Alegre. O restante está em situação satisfatória.

Goiás foi o estado com maior incidência de dengue: 2.314 casos por 100 mil habitantes, seguido de São Paulo (1.615) e Pernambuco (901). Em números absolutos, São Paulo foi o que mais registrou casos: 711 mil, quase metade do total.

O Ministério da Saúde também lançou a nova campanha contra a dengue, que alerta: “Se o mosquito da dengue pode matar, ele não pode nascer. Ele agora transmite também chikungunya e zika”. Ela será veiculada na televisão, rádios, internet e por meio de painéis eletrônicos.

Em 2015, 811 pessoas morreram em decorrência da dengue, um aumento de 79% em relação aos 453 óbitos no mesmo período do ano anterior. O número de casos graves aumentou 104,4%, totalizando 1.488 em 2015, contra 728 no mesmo período de 2014. Os principais criadouros do mosquito variam de acordo com a região. No Norte e no Sul, é o lixo.

No Nordeste, recipientes usados para armazenar água. No Sudeste, depósitos domiciliares, como vasos de plantas e garrafas, se destacam. No Centro-Oeste, não há predominância clara entre os três tipos de criadouro.

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