Diretório Nacional do PSL confirma punição a 18 deputados federais
Líderes do governo e do partido na Câmara foram suspensos pela legenda
Líderes do governo e do partido na Câmara foram suspensos pela legenda
O PSL confirmou ontem (3) punição para 18 deputados federais da legenda. Dentre eles está o deputado Eduardo Bolsonaro, atual líder do partido na Câmara. O diretório nacional suspendeu Eduardo por 12 meses. O líder do governo na Casa, Major Vitor Hugo (GO), também foi suspenso, mas por menos tempo, sete meses.
As punições haviam sido aprovadas pela Executiva Nacional do partido na semana passada, com base em um parecer do Conselho de Ética da legenda. Foram quatro advertências e 14 suspensões. Hoje, o Diretório Nacional do partido confirmou a aprovação realizada pela Executiva.
Foram suspensos os deputados Bibo Nunes (12 meses), Alê Silva (12 meses), Bia Kicis (seis meses), Carla Zambelli (seis meses), Carlos Jordy (sete meses), Daniel Silveira (12 meses), Eduardo Bolsonaro (12 meses), General Girão (três meses), Filipe Barros (seis meses), Junio Amaral (três meses), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (três meses), Márcio Labre (seis meses), Sanderson (dez meses) e Major Vitor Hugo (sete meses). Foram advertidos os deputados Aline Sleutjes, Chris Tonietto, Helio Lopes e Coronel Armando.
Com a suspensão, os 14 deputados não poderão representar o partido na Câmara, como em comissões, por exemplo. Eles, contudo, continuam exercendo outras atividades parlamentares, como votar em plenário, discursar e apresentar Projetos de Lei. A bancada do partido na Câmara tem, no total, 52 deputados.
Em nota, Bibo Nunes firmou seu posicionamento contra o partido. “Quanto mais me punirem, melhor eu fico com a população. […] Longe do PSL é perto”, disse. Já Carlos Jordy chamou a suspensão de “ato arbitrário” e acusou a direção do partido de atacar o presidente da República e seus aliados, suspendendo-os para enfraquecê-los. “Isso é uma perseguição contra pessoas que são leais ao Presidente e aos seus eleitores. Vamos recorrer para impedir essa arbitrariedade e autoritarismo”.
A divisão do PSL se intensificou no início de outubro o presidente Jair Bolsonaro questionou a transparência das contas do partido, dividindo a legenda em dois grupos: os leais a Luciano Bivar, presidente do PSL; e os leais ao presidente Jair Bolsonaro. Ainda em outubro, o grupo leal ao presidente conseguiu fazer a troca na liderança do partido, tirando o Delegado Waldir e colocando Eduardo Bolsonaro.
Deu-se início a uma guerra de listas entre os deputados do PSL para efetuar a troca junto à Secretaria-Geral da Mesa. Após uma primeira tentativa, Eduardo Bolsonaro conseguiu derrotar Waldir. Em seguida, destituiu a maioria dos vice-líderes do partido na Casa e indicou outros. Os novos vice-líderes estão entre os punidos pelo Diretório Nacional do PSL.
O presidente Jair Bolsonaro foi eleito presidente da República pelo PSL, mas anunciou sua saída da sigla em novembro. No mesmo dia, anunciou sua intenção de criar um outro partido, a Aliança pelo Brasil.
Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil