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O ministro Alexandre de Moraes durante o julgamento em que decidem pela legalidade ou não da prática de sacrifícios animais em cultos religiosos.

Alexandre de Moraes pede que Fux explique a suspensão do juiz de garantias

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes pediu nesta 2ª feira (21.dez.2020) informações ao presidente da Corte, ministro Luiz Fux, sobre a decisão monocrática em que suspendeu a implantação do juiz de garantias.

A figura do juiz de garantias foi instituída com a aprovação do Pacote Anticrime, em 2019. Esse magistrado seria responsável por acompanhar e conduzir os atos legais de investigações policiais, determinar buscas e apreensões e prisões temporárias ou preventivas, bem como realizar audiências de custódia para quem fosse detido.

No entanto, o juiz de garantias não pode julgar o mérito dos casos, cabendo a outro magistrado revisar os atos do processo, analisar as provas e dar as decisões. Essa figura da magistratura deveria ter entrado em ação em todo o país no início deste ano.

Várias decisões monocráticas suspenderam a implantação dos novos juízes. Especialistas defendem que a atuação do juiz de garantias poderia agilizar os processos, sobretudo as ações mais imediatas nas investigações, como a realização de audiências de custódia.

Nesse sentido, o IGP (Instituto de Garantias Processuais) entrou com um pedido de habeas corpus, em favor de todos os presos do país, que aguardam a realização das audiências, que podem definir se eles continuam detidos ou se podem ser soltos, com ou sem restrições. A entidade se posicionou contra a decisão do minisBlztro Luiz Fux, alegando que ela prejudica os detentos.

Leia a íntegra do pedido (177 KB).

Desconforto no STF

O movimento de Moraes, de pedir informações a Luiz Fux, destoa de outras decisões da Corte em casos semelhantes. Isso porque, embora não haja lei que regulamente, a jurisprudência do STF aponta que decisões liminares de ministros não podem ser contestadas com novos pedidos de decisões em caráter temporário, tampouco podem ser analisadas por outros ministros.

Poder360 tentou contato com o ministro Alexandre de Moraes, para que ele comentasse a decisão, mas ele não respondeu às mensagens.

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, que atua junto ao IGP, disse que considera a decisão de Fux ilegal e arbitrária. Por isso, ele entrou com o habeas corpus, apesar da jurisprudência da Corte. Ele espera mudar o entendimento dos ministros.

“Espero que o Supremo venha a rever essa posição de forma majoritária ou até unânime e que passe a caber, sim, habeas corpus contra ministro. Não é porque é ministro do Supremo que não pode errar. Essa é a regra para todo mundo”, afirma.

 

Poder 360

© Divulgação/STF

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