Modelo relata que sofreu racismo no Miss SP e pede anulação do concurso na Justiça

De acordo com a versão de Ieda, "pessoas da organização do Miss SP agiram em quase todo tempo com discriminação em relação a Ieda com palavras rudes e a colocando atrás nas fotos".

A modelo Ieda Favo, 26, que ficou em segundo lugar no Miss Universo São Paulo, que aconteceu no começo de outubro em Ribeirão Preto (313 km da capital paulista), abriu um processo contra a competição de moda e pede na Justiça que ela seja anulada. Ieda diz ter sofrido racismo.

Em contato com o F5, um de seus representantes confirmou o teor do processo e falou sobre as alegações de Ieda sobre o caso. O Miss Universo SP foi vencido pela representante de Jaú, Bianca Lopes, 24.

De acordo com a versão de Ieda, “pessoas da organização do Miss SP agiram em quase todo tempo com discriminação em relação a Ieda com palavras rudes e a colocando atrás nas fotos”.

Também afirma que ela foi “segura de forma rude pelo coreografo e por último eles alteram a pergunta feita a ela, sendo que todas receberam previamente 13 perguntas e somente para a Ieda a pergunta final não estava na lista”.

No processo, Ieda também pede um valor de indenização não divulgado de danos morais. Já foi aberto o processo junto à Secretaria de Justiça do Estado de São Paulo, assim como já foi iniciado um inquérito policial na delegacia de Ribeirão Preto.

Representante de Guarulhos na competição e única negra entre as 19 candidatas, Favo relatou em um vídeo situações que teria passado no confinamento que a levaram a se sentir discriminada. Segundo ela, “coisas horríveis aconteceram” e “desde o começo tive um contato muito rude, muito hostil por parte da organização”.

“Algumas pessoas me trataram muito mal. Sempre me pediam para ficar atrás, no fundo, nos momentos das fotos e vídeos. Eu me perguntei por quê, quais eram as justificativas? Era por conta da minha cor, porque sou negra? Por conta da minha condição social, da minha cidade?”, questionou no vídeo.

Procurado, o concurso Miss Universo Brasil disse por meio de sua assessoria de imprensa ao jornal Folha de S.Paulo que não recebeu ainda nenhuma notificação, mas que foi aberto uma investigação interna para apurar qualquer deslize que possa ter sido cometido.

De acordo com o concurso, até agora todas as candidatas foram ouvidas e nada foi constatado no que diz respeito a algum tipo de discriminação. Reforça ainda que o Miss Universo Brasil é contra qualquer tipo de preconceito e que a competição é séria e auditada.

A assessoria de imprensa do concurso finaliza o posicionamento dizendo estarem tristes por tudo isso ter acontecido e que estão abertos para conversar com Ieda Favo.

 

Via Folha de S. Paulo

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