Sindicatos decidem convocar greve geral de três dias no serviço público estadual

 

Reunidos na tarde desta quinta-feira (04/03), em Porto Velho, presidentes e diretores dos principais sindicatos de servidores públicos estaduais de Rondônia decidiram convocar suas respectivas categorias para uma greve geral de três dias.
A paralisação dos serviços nos dias 18, 19 e 20 de março será um protesto dos servidores públicos estaduais contra a falta de política salarial no governo do Estado e pelo não cumprimento, por parte do governo, de acordos anteriores que previam reajuste salarial.

Participaram da reunião presidentes e diretores dos seguintes sindicatos: Sindsaúde, Sinsepol, Sintero, Singeperon, Sintec, Sinder, Sinderon, Sintraer e Sinjur. Eles deliberaram pela convocação dos servidores de todas as categorias, da capital e do interior, para a realização de grandes passeatas e outros tipos de manifestações em Porto Velho durante os três dias de greve.

Na reunião os sindicalistas expuseram as dificuldades e os problemas de cada categoria, e fizeram uma avaliação do posicionamento do governo, apresentado em evento realizado pela manhã no auditório da Casa Civil.
Para os sindicalistas, os argumentos utilizados pelo governo para negar reajuste salarial refletem a falta de compromisso com o funcionalismo e a má distribuição dos recursos destinados à folha de pagamento.

Reunião com o governo
Na manhã de quinta-feira (04/03) os presidentes e diretores dos sindicatos que representam os servidores públicos de Rondônia foram convidados para uma reunião com representantes do governo do Estado no auditório da Casa Civil.
O encontro teve a participação do vice-governador, Daniel Pereira, dos secretários George Braga (Planejamento), Wagner Garcia (Sefin), Emerson Castro (Casa Civil), além dos deputados estaduais Edson Martins, Jesuíno Boabaldi e Cleiton Roque.

Os representantes do governo fizeram um relato sobre a situação financeira do Estado, com a apresentação de slides demonstrando os valores da arrecadação e da folha de pagamento. Segundo os secretários, o governo trabalha no limite prudencial permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, e por isso não pode conceder reajuste salarial.

Após a explanação, os representantes dos sindicatos puderam se manifestar e contestaram os argumentos, principalmente porque, enquanto alega não ter condições de reajustar os salários, o governo aumentar os valores dos cargos comissionados (CDS) e cria centenas de novos cargos de livre nomeação, ou seja, sem concurso público.

O representante do Sindicato dos Técnicos da Sefin (Sintec), Antônio Germano Torres Soares, denunciou que os recursos destinados à folha de pagamento são mal gerenciados, já que poucos servidores ganham altos salários, e a maioria do funcionalismo têm os salários mais baixos.

Ele destacou o caso de categorias que ganham o teto permitido por lei, ou seja, o valor do subsídio do governador ou dos desembargadores, mas vivem pressionando o governo para aumentar ainda mais os salários, enquanto a maioria dos servidores vive brigando para ter um piso salarial.

A Secretária Geral do Sintero, Francisca Diniz, fez um desabafo público ao relatar a situação dramática dos trabalhadores em educação. Ela destacou que os servidores não podem pagar a conta da falta de gestão e fez um apelo para que os gestores se sensibilizem.

A diretora do Sintero denunciou que a educação vem sendo preterida pelo governo quando se trata de política salarial. Diniz citou como exemplo o não cumprimento, por parte do governo, do compromisso firmado com os trabalhadores em educação, de reajustar os salários em 6% em janeiro de 2015.

“Esse compromisso foi feito pelo governo em 2013 como uma das condições para a suspensão da greve, e agora o governo alega que não pode cumprir o que prometeu. Isso causa um descrédito dos servidores nesse governo, e revolta o funcionalismo público”, disse.

O presidente do Sinsepol, Jales Moreira, disse que a situação dos policiais civis é a pior já vista, e que o governo não vem cumprindo os compromissos assumidos com a categoria.

O presidente do Sindsaúde, Caio Marin, disse que na categoria da saúde a situação é de revolta entre os servidores, onde os salários nunca estiveram tão baixos.

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