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Os erros de Bolsonaro

Acabar com a eterna corrupção dos deputados federais, dos governadores, dos senadores, enfim, de todos os políticos do Brasil. Destruir o monopólio da imprensa e colocá-la sempre a serviço do país e de todos os brasileiros. Impedir os privilégios da elite nacional sobre os mais pobres e miseráveis. Distribuir de forma mais justa toda a riqueza nacional. Colocar um fim na desigualdade social brasileira. Defender a democracia como único regime político do país. Exercer um controle mais efetivo sobre o próprio governo para atingir uma governabilidade mais tranquila. Essas premissas, em tese, deveriam ser defendidas por todo e qualquer governante sério. O fato é que a falta delas levou pelo menos 520 anos para se estabelecer em nossa sociedade e hoje já faz parte do “establishment” não se podendo, portanto, mudá-las de uma hora para outra.

O governo de Jair Messias Bolsonaro pode até não ter todas estas qualidades, mas de certa maneira procura defendê-las para como ele mesmo diz: “fazer do Brasil um país melhor para todos os brasileiros”. O governo do “Mito” acerta na receita e erra na dose para aniquilar os problemas do Brasil. Quer implantar mudanças na marra sem levar em consideração que a sociedade nacional levou mais de cinco séculos para chegar a este patamar. Defende a democracia, mas quer impor suas vontades sem observar direitos adquiridos, sem observar as opiniões contraditórias, sem observar a importância da oposição, ignorando os preceitos da própria democracia, que ensina a importância dos poderes constituídos. Sem nenhuma educação e sem nenhuma liturgia pelo cargo que ocupa, Bolsonaro quer impor sua vontade sem respeitar nenhum critério.

Sem um mínimo de educação, o presidente do Brasil finge não reconhecer que o poder no país sempre foi exercido pelo Executivo, pelo Congresso Nacional e pelo Supremo Tribunal Federal. São as regras da nossa democracia, todas baseadas em nossa Constituição, que ele jurou defender. Sem os três poderes juntos, pouca coisa se pode fazer para bem administrar o país. A união dessas instâncias de poder é fundamental para se conseguir algum sucesso. Só que Bolsonaro insiste, com suas grosserias, sua estupidez e “coices” mudar as coisas. Na força bruta não se consegue nada. Somos uma democracia, por isso é preciso respeitar o contraditório, mesmo sem concordar com ele. O “Mito” e a maioria de seus ministros demonstram grosserias, falta de diálogo. São ríspidos e inconsequentes como foi observado na reunião de 22 de abril lá no Planalto.

Com palavras de baixo calão e desrespeito aos outros poderes, Jair Bolsonaro pediu para sofrer um impeachment. A ex-presidente Dilma Rousseff, por muito menos do que isso, foi retirada do cargo em 2016 sem a menor consideração. Bolsonaro ataca furiosamente, como um cachorro raivoso e sem “papas na língua”, a esquerda, os comunistas, a mídia, os socialistas, os governadores, os congressistas, a oposição, o Supremo e todos aqueles que discordam dele e de seu “governo do ódio”. O poder está lhe fazendo muito mal, por isso tem que sair logo e dar seu lugar a quem tem mais sabedoria, paciência, bons modos e também aceitação do contraditório. Seus filhos aloprados são piores do que os filhos do Lula. Jair Bolsonaro envergonha o Brasil e muitos dos brasileiros, envergonha a civilização. Devia renunciar e ir cuidar de sua filha menor. Deixe o poder para quem tem democracia na veia, paciência e menos ódio. Saia!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

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