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Política Sem Censura- David Nogueira-Tabajara, outras músicas e a massificação da mediocridade

  1. Tabajara, outras músicas e a massificação da mediocridade

 

O nome “Tabajara”, inevitavelmente, costuma levar minha memória para o quadro do Casseta e Planeta (Organizações Tabajara). Nele, com criatividade duvidosa, a fictícia entidade era responsável por colocar na praça produtos de utilidade impensável… Mas não só. Tabajara também é o nome de um Distrito dentro do município de Machadinho do Oeste, encravado nas brenhas da Amazônia, no que hoje é chamado de Rondônia. Por aquelas bandas distantes, nasceu um velho amigo meu (e todos os seus irmãos). Segundo conta a lenda, o vilarejo era mais antigo que a própria capital do estado. Difícil imaginar aquela gente vivendo em tamanho isolamento.

 

  1. Mas não só

Outro Tabajara famoso, meu afável Cara Pálida, diz respeito aos habitantes do litoral brasileiro na época da colonização branca. A confusão dos domínios territoriais não é algo pacífico, mas digamos tratar-se de um povo que dominou a região considerada hoje o litoral do Estado da Paraíba. Simpáticos e mais afáveis com os lusitanos, os tabajaras estão na origem da formação da Capitania Paraibana, conforme nos informa Wikipédia.  Não obstante, a reivindicação do nome e a autenticidade tribal também é reivindicada pela turma do Ceará.

 

  1. Feio

Uma coisa é certa, independentemente dos valores históricos e culturais, foneticamente, o nome tabajara está, na minha esdrúxula avaliação, longe de ser bonito. O par de fonemas oclusivos iniciais da palavra torna-a forte em demasia e a sucessão de “A’s” reforçam e destacam as consoantes de maneira indelével. Apesar de tudo, como a arbitrariedade do signo linguístico é extremamente permissível no tocante à construção da língua, a minha opinião sobre a beleza ou não da palavra não contribui em nada para a felicidade do mundo nem para a eficiência da mesma.

 

  1. Exemplo da Paraíba

Todo esse papo furado veio a propósito de minha recente passagem pelas sempre agradáveis e acolhedoras terras paraibanas. Se você não conhece… lamento! Povo maravilhoso, clima agradável, praias lindas, boa comida e uma paisagem cativante. Apesar de tantos adjetivos, registro, com pesar a subida absurda dos preços naquelas paragens, porém, ainda assim, mais generosos do que em outras searas. Existe lá uma Rádio FM, de propriedade do Governo Estadual, cujo singelo nome é: “Tabajara”… Mas não se iluda, pois há valores a considerar. Salta aos olhos (particularmente aos ouvidos), a qualidade da seleção musical da emissora. Eminentemente nacional, ali se ouve, durante todo o dia, música de ótima qualidade (MPB e Regional), ausente da maioria das outras emissoras.

 

  1. Massificação do medíocre

Confesso ter ficado chocado, petrificado, embasbacado por passar tanto tempo ouvindo a Rádio Tabajara e não ter recebido doses violentas e cavalares de Pablo, com suas intermináveis “sofrências”, clássicos abusadores da mediocridade  como “Te amo meu bebê” ou enxurradas de duplas sertanejas reprisando batidões limitados na forma e no conteúdo. Falar no funk… nem pensar, principalmente por respeito às possíveis crianças e jovens que, ocasionalmente,  em razão de um acidente de percurso qualquer, venham a ler este artigo. Nossas rádios (em sua maioria), isso é fato, massificam o medíocre, tornando-o, digamos… quase bonitinho ao ouvido da massa. Existem bastantes trabalhos musicais de qualidade sendo produzidos e muita gente maravilhosa agregando valor à cultura brasileira. O Exemplo da Rádio Tabajara, na Paraíba, deve ser observado em outras partes das terras tupiniquis… pelo menos até que uma legislação de interesse nacional venha a definir conteúdos mais enobrecedores e valorizadores da cultura brasuca.

 

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