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Psicopatas nem sempre agem com violência, alertam especialistas

A imagem mais comum que se tem do psicopata é do serial killer dos filmes de Hollywood. Mas especialistas reunidos ontem (17) em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Minorias alertaram: ele pode estar em qualquer lugar, e a condição é hereditária.

Cientistas brasileiros, por meio de exames de imagem, já mostraram que o psicopata tem pouco desenvolvida a área do cérebro responsável pelas emoções. O resultado, segundo Hilda Morana, da Associação Brasileira de Psiquiatria, é um indivíduo que não tem empatia, ou seja, é indiferente às outras pessoas.

“O psicopata não desenvolveu a capacidade de gostar do outro. Por isso, ele tem uma individualidade muito premente, que precisa ser satisfeita de forma intensa”, explicou.

Corrupção

Os debatedores acrescentaram que a grande maioria dos psicopatas não têm ficha criminal, estando presentes em várias profissões, inclusive em cargos de chefia.

A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, autora do livro “Mentes Perigosas”, um best-seller sobre o tema, lembrou que, embora sejam minoria na sociedade, os psicopatas podem fazer um grande estrago, mesmo quando não usam violência, como nos casos de corrupção.

“Todo corruptor contumaz, na minha opinião, é um psicopata. Porque há uma indiferença com a população, há uma inconsequência com seus atos no sentido de não ver o que está tirando do outro”, explicou.

Presidiários

Alguns cometem crimes inexplicáveis, e não sentem culpa nem desconforto. Se, na população em geral, a porcentagem de psicopatas varia entre 1% e 3%, eles ocupam 20% das vagas das prisões em todo o País.

Para o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT-MG), que é médico, esse dado é um alerta que justificaria uma interferência no sistema prisional. “Na lógica da construção de uma sociedade verdadeiramente humanista, o psicopata, com todas as suas limitações e a sua condição, ele precisa ser tratado como também um ser humano, por mais insensível que seja”, disse.

Comportamento

Na audiência pública, a representante do Conselho Federal de Psicologia, Juliana Ferreira da Silva, discordou da análise feita pelas psiquiatras sobre os indivíduos sociopatas, aqueles que têm transtorno de personalidade antissocial.

Ela ressaltou que o que é considerado normal, em termos de comportamento, vai sendo construído e modificado ao longo do tempo pela sociedade. E que mesmo cidadãos com características consideradas “desviantes” não devem ser considerados como diferentes apenas com base em dados biológicos.

Conceitos
Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, tanto a psicopatia como a sociopatia são consideradas como transtornos antissociais e têm muitas características semelhantes, o que explica o fato de muitas vezes serem vistos como sinônimos.

Há muitos traços em comum, como a desconsideração por leis, normas sociais e direitos de outras pessoas; falta de sentimento de culpa; e comportamento hostil.

Uma das principais diferenças é que frequentemente os psicopatas são considerados pessoas encantadoras e populares, que muitas vezes exercem cargos de liderança e conseguem atrair pessoas para elas próprias. Já o sociopata, embora seja capaz de fingir ou forçar sentimentos, não é muito bom em contextos sociais.

láudio Ferreira/Câmara Notícias – Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados

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