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Roubalheira ajuda a agravar crise na saúde pública em Guajará-Mirim

Existência de “ratos de duas pernas” no almoxarifado é denunciada em audiência pública

O representante do Conselho Regional de Farmácia em Guajará-Mirim, Ricardo Bones, disse que existe “rato de duas pernas” no almoxarifado da prefeitura. A revelação foi feita na audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa no município para encontrar uma alternativa para o problema da saúde.

Antes do pronunciamento de Ricardo Bones, o presidente do Conselho Estadual de Saúde (CES), Raimundo Nonato Soares, já havia alertado para a corrupção no setor. Ocorre que só ficou claro que está havendo roubalheira quando Bones começou a falar.

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“O prefeito proibiu o Conselho Regional de Farmácia de fiscalizar os hospitais, alegando que neles não há farmácia”, denunciou Ricardo Bones. O caso é que na estrutura da saúde municipal de Guajará não existem farmácia, mas os medicamentos estão estocados no almoxarifado, onde foi proibida a fiscalização.

“O conselho precisa fiscalizar, para verificar se existe rato de duas pernas roendo no almoxarifado em Guajará-Mirim. E pelo jeito existe rato de duas pernas, sim”, denunciou.

Após a denúncia de Ricardo Bones, a secretária Municipal de Saúde, Sâmia Melgar, que já havia falado oficialmente, pediu mais uma vez a palavra. Desta vez ela disse que houve denúncias de que faltavam luvas e esparadrapos nas unidades de saúde.

“Mas estive no hospital e encontrei caixas de luvas boas, e de esparadrapos jogados no lixo. Vamos fazer uma tomada de contas especial para apurar”, alegou.

Em Porto Velho já houve sindicância e investigação policial para apurar desvio de medicamentos em hospitais públicos. Um dos métodos utilizados é jogar o material no lixo, e posteriormente recuperar os produtos na lixeira, para vender em determinadas farmácias.

Outro depoimento forte foi o do cirurgião geral Wenceslau Luis, representando os médicos de Guajará-Mirim. Seu vencimento bruto é de R$ 2.500,00, uma miséria em se tratando de salário de médico, mas com o quinquênio o valor chega a R$ 7.500,00.

O médico contou que estava indo de Porto Velho a Guajará-Mirim, quando o táxi onde ele estava atropelou uma pessoa. “Eu levei para o hospital daqui e houve demora em atender, por parte dos funcionários. Eu tive que gritar, coisa que não é do meu feitio. Ele foi encaminhado para Porto Velho, depois, porque aqui não havia estrutura para o atendimento”, reclamou.

Isso tudo poderia ser fiscalizado pelo Conselho Municipal de Saúde. Ocorre que os conselheiros municipais ouviram muita coisa do presidente do CES, Raimundo Nonato, e nenhum deles revidou.

De acordo com Raimundo Nonato, o primeiro passo para se fazer saúde pública é acabar com a corrupção no sistema. “Já houve caso de haver processo para construção de unidade hospitalar em distrito (em Guajará-Mirim), tudo pago, bonitinho. Mas nada foi construído. Era só no papel. A obra não existia”, destacou.

Na matéria encaminhada pela Assembleia Legislativa sobre a audiência pública consta o seguinte:

‘Raimundo Nonato disse que em Guajará-Mirim estão terceirizadas a maternidade e a pediatria. “Então como vai ter dinheiro? E vão devolver o Hospital Regional ao Estado? O Estado está construindo um outro hospital aqui. E só estou aqui hoje em respeito à Assembleia Legislativa, senão não estaria. Já tivemos que intervir no Conselho Municipal de Guajará-Mirim, que tem responsabilidade de discutir políticas públicas, mas ficam brigando entre eles. Tem que fiscalizar. Médico tem que cumprir horário, tem que fiscalizar”, detalhou.’

O presidente do CES deixou claro, ainda, que os membros do Conselho Municipal de Saúde em Guajará ficavam brigando entre si, em vez de fiscalizar.

Outro ponto que chamou a atenção foi que o secretário-adjunto de Estado da Saúde, Luiz Eduardo Maiorquim, disse que em 2015 o governo enviou R$ 15 milhões para o sistema de saúde em Guajará-Mirim. Isso causou estranheza entre o público. Diante disso, Maiorquim disse que os dados estão disponíveis na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

Durante a audiência pública, o prefeito Dulcio da Silva Mendes foi tão vaiado que o deputado Jesuíno Boabaid (PTdoB) teve que acalmar o público. A secretária Municipal de Saúde também recebeu muitas vaias. A audiência foi proposta e presidida pelo deputado Dr. Neidson (PTdoB).

Via Rondoniadinamica

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