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Usina Hidrelétrica de Santo Antônio está no “pacote de delação da Odebrecht”, confirma O Globo

Nesta quinta-feira estão sendo assinados os últimos acordos; Usina de Santo Antônio está no “pacote”

O jornal O Globo, citando fontes, afirma que a delação premiada da Odebrecht, um dos maiores acordos de leniência do mundo, atinge pelo menos 130 políticos brasileiros e coloca Brasília em polvorosa, já que o teor das delações ainda não foram divulgadas.

De acordo com o jornal carioca os políticos são deputados, senadores, ministros e ex-ministros que deverão ser atingidos pelas delações. Segundo fontes ligadas às negociações, entre os citados estão o presidente Michel Temer (PMDB), os ministros José Serra (Relações Exteriores), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Eliseu Padilha (Casa Civil).

Nas delações também estariam os nomes do ex-presidente Lula, do senador Aécio Neves (PSDB-MG), dos governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); de Minas, Fernando Pimentel (PT); e do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Foram feitos relatos também sobre pagamentos supostamente ilegais para as campanhas da ex-presidente Dilma Rousseff.

Sobraram acusações, ainda, para os ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega, que estiveram à frente da Fazenda nos governos Dilma e Lula. Os delatores também acrescentaram novas denúncias contra o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e contra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, que já estão presos por conta de outras acusações na Lava-Jato.

“Conta Paulistinha”

Durante as investigações, a Lava Jato se deparou com a chamada “conta Paulistinha”, no “departamento de obras estruturadas”, responsável pelo pagamento de propinas. Diversos pagamentos foram encontrados e os extratos bancários da conta Paulistinha também revelam pagamentos relacionados a grandes obras tocadas pela Odebrecht no Brasil, como a Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo; a Usina Hidrelétrica Santo Antônio, em Rondônia; e o Centro Administrativo do Distrito Federal. A tabela apreendida em um dos endereços da ex-secretária da Odebrecht Maria Lúcia Tavares, em Salvador, reproduz os campos “obra”, “data”, “observação”, “moeda”, “ingresso”, “saque” e “saldo”. Não há referência a pessoas, órgãos governamentais ou empresas.

Na semana passada, a coluna PAINEL POLÍTICO adiantou que as delações atingiam pelo menos 18 deputados e ex-deputados estaduais, além de outros políticos rondonienses das esferas estadual e municipal.

Devastador

Os acordos são considerados devastadores pela importância dos políticos atingidos e também pela riqueza de detalhes e provas dos crimes. Por exigência do procurador-geral, Rodrigo Janot, e de outros investigadores, os delatores tiveram que apresentar documentos para comprovar as fraudes e a movimentação do dinheiro desviado dos contratos com a Petrobras e outras áreas da administração.

Entre os documentos que tornam mais impactantes as denúncias estão cópias de e-mails em que executivos trataram das obras irregulares e dos pagamentos de propina. As acusações são enriquecidas também com extratos bancários e o vasto arquivo do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, uma área criada para facilitar o pagamento de propina a pedido de diversos setores da empreiteira.

Os acordos de delação estão associados ao de leniência da empreiteira. Por ele, a Odebrecht deverá desembolsar mais de R$ 6 bilhões em multas. Parte dos recursos deverão ser destinados aos Estados Unidos e à Suíça, também envolvidos nas negociações da leniência. Pelo acordo, a empresa reconhece a prática de atos ilegais e se compromete a corrigir os erros. Ontem, faltava decidir quanto destes R$ 6 bilhões será enviado aos dois países.

Em nota, a Odebrecht disse que não se manifestará sobre o caso, mas reafirmou “seu compromisso com uma atuação ética, íntegra e transparente, expressa por meio das medidas concretas já adotadas para reforçar e ampliar o programa de conformidade nas empresas do grupo. Entre as medidas estão a criação do cargo de Responsável por Conformidade e do Comitê de Conformidade, ligados ao Conselho de Administração para garantir total independência, e a adesão a pactos de ética empresarial de entidades como ONU e Instituto Ethos.

Após a assinatura do acordo, os executivos vão ser chamados para prestar os depoimentos oficiais. Eles precisam confirmar o que já disseram aos procuradores e apresentar provas sobre o que sabem do esquema de corrupção investigado pela Lava Jato.

Depois o procurador-geral da república, Rodrigo Janot, vai enviar esse material ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, para que ele homologue as delações. O ministro também vai separar os trechos que citarem pessoas, políticos com e sem foro privilegiado e mandar para a procuradoria e para a primeira instância. Então, o Ministério Público vai definir quem será ou não denunciado à Justiça.

 

Com informações de O Globo e Painel Político

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